tag:blogger.com,1999:blog-36346101138133044542024-02-19T04:03:03.408-08:00Bulhufas de TudoSara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.comBlogger67125tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-83909954551330343692015-08-04T06:39:00.000-07:002015-08-04T06:39:46.541-07:00Carta sobre aquilo<div style="text-align: justify;">
Gostaria de poder começar essa história por onde, de fato, tudo teve início mas, depois que a vida acontece e nos enche a memória de entulhos e o coração de falsas impressões, a ordem cronológica das coisas acaba perdendo a lógica e se perdendo na torrente de emoções, como em um daqueles filmes adultos que começam pelo clímax. Ou, talvez, isso seja uma desculpa para eu não dizer que perdi a noção das coisas e dos meus batimentos cardíacos e já nem sei ao certo como tudo veio a acontecer.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pois bem, a coisa toda é fácil de sintetizar: Estou amando. Oh, não me olhe dessa forma! As pessoas estão sujeitas a imprevistos, afinal. Eu também tinha os meus planos. Eu também tinha toda uma vida solitária pela frente, sem nenhum tipo de tendência ao altruísmo. A gente nunca espera que vá acontecer conosco, sabe... mas, se você puder pensar por um segundo... eu, bem, eu não imaginava que a minha reluzente armadura de gelo tivesse falhas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como eu reagi? Você não imagina. Eu simplesmente já não podia acompanhar meus próprios pensamentos! E eles vinham em um fluxo incessante de algum lugar insondável dentro de mim, de onde, provavelmente, uma metralhadora de disparates com aparente munição para mais de uma vida teria sido ligada na mira do ateliê bagunçado dos meus balões de pensamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
Estou amando, meu amigo. Mas leia os balões! Saberá que ainda me pego pensando no que é o amor e se eu tenho mesmo coragem de o deixar entrar. Na dúvida, encostei a porta. Só não consegui trancar aquele sorriso. E isso jamais, tamanha falta faria ao mundo!</div>
<div style="text-align: justify;">
Ouve só: o mundo superaria perder o sorriso da Monalisa, a propaganda da Colgate, os dentes. Mas não passaria sem o sorriso dela.</div>
<div style="text-align: justify;">
Paixão, sim. Mas o coração enseja mais que frio nas mãos e borboletas no estômago. Quero as borboletas a voar no céu, tanto que voaria junto. Nas nuvens ao beijar minha amada. Beijar minha amada. Voar. E lá se vai o frio nas mãos, pois estou no calor dos seus braços.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que é o amor? Essa porta que vejo aberta?</div>
<div style="text-align: justify;">
O que é o amor? Talvez deixar que ele me explique.</div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez deixar que ele pergunte</div>
<div style="text-align: justify;">
o que sou eu.</div>
<div style="text-align: justify;">
E só ela realmente saberá.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggwJXT9pNHY6lJ8N2bhMCsiv-VZrlz_G49utz9hNKyhBzP7f5XLTYzYefym7hxHUmESUSQxY1ZBeOjF-wLMvBPvPQwB4xtD7ZmDm5WLUjX8BIHRGoqZQDrTuYZwWdk7LgH0TMLS2XH2Lc/s1600/IMG-20150804-WA0001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggwJXT9pNHY6lJ8N2bhMCsiv-VZrlz_G49utz9hNKyhBzP7f5XLTYzYefym7hxHUmESUSQxY1ZBeOjF-wLMvBPvPQwB4xtD7ZmDm5WLUjX8BIHRGoqZQDrTuYZwWdk7LgH0TMLS2XH2Lc/s320/IMG-20150804-WA0001.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-63934648163271501462015-08-02T13:40:00.000-07:002015-08-02T09:45:27.148-07:00Pelo mais<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Eu tento apenas conservá-la dentro de mim. Não perdê-la de vista na fácil aparência monótona dos dias.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Conservar a suavidade das pétalas de flor no afago macio dos olhos. De perto. Ainda que pareça tão longe, <b>tornar</b> perto.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
É tão fácil acostumar. Olhar sem ver. Querer sem querer: pegar lagartixa pelo rabo, acender a boca do fogão, dar abraço xoxo, essas coisas.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Mas eu quero uma mão para segurar que nunca me solte. De perto. Ainda que precise afastar para desviar dos postes de luz, <b>ser</b> perto. Tão perto que quase já não se sinta os nós dos dedos apertados.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Eu quero um olhar certeiro que saiba falar sem entreolhares. E dizer tudo o que vai ficar. E que nunca passará.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Tão perto que não precise-se fazer esforço para não ser distante. E para não ser mais um dia-apenas um dia-menos um dia-ufa.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Quero hábitos de nascer como o sol, encharcar como a chuva, dançar como o vento. Quente, intenso e suave. Ter essas virtudes que Ele espelhou na natureza e no universo e provocam a brecha vazia que aspira ao Amor em meu coração, que também quer refletir a beleza da vida - sem perdê-la de vista na fácil aparência monótona dos dias.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Pois é realmente mais difícil ver o extraordinário, mas só porque procuramos mais no extra que no ordinário.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
E não sou mais ignorante para dizer que não entendo. Nem desonesta o bastante para fingir.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Quero menos do mundo e mais de mim. Pelo mais, quero querer.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9x_jCSNlNC-Pykj6pkQMy6dPkCpxUMKqxOgzXI5j2nh_tgougwL1Dzr_5klB4GKm5qIDx0c1nZJ-HWPppBzq6QQj5-Pbf-MyFUDiLPBaQrFfWD6PCcYJoMKRqc9Cpxbqa9cp3dcX0Hw0/s1600/IMG_20150227_175257.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"> <img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9x_jCSNlNC-Pykj6pkQMy6dPkCpxUMKqxOgzXI5j2nh_tgougwL1Dzr_5klB4GKm5qIDx0c1nZJ-HWPppBzq6QQj5-Pbf-MyFUDiLPBaQrFfWD6PCcYJoMKRqc9Cpxbqa9cp3dcX0Hw0/s400/IMG_20150227_175257.jpg" width="400" /> </a> </div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-34787393119135153002015-04-17T13:50:00.000-07:002015-04-17T10:07:53.119-07:00Fiat Lux<span style="font-size: x-small;">Escrito em 10 de abril de 2015</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOUezzUH46gGBQ-dJo7vSPFlFgGGlEPG_oOIOsbeyqZlWf2ImrP9HGrLt_7NewSWGzDguQHTkjNL7AD_yhmQUJRrXlZKEVYR-sgJV9Oe68Sz7CfW-3O4h_pmsoQZQYZcapFb9WSD0auV4/s1600/IMG_20150410_194153170.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOUezzUH46gGBQ-dJo7vSPFlFgGGlEPG_oOIOsbeyqZlWf2ImrP9HGrLt_7NewSWGzDguQHTkjNL7AD_yhmQUJRrXlZKEVYR-sgJV9Oe68Sz7CfW-3O4h_pmsoQZQYZcapFb9WSD0auV4/s1600/IMG_20150410_194153170.jpg" height="223" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; line-height: 16.0799999237061px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;">Eu quis tirar uma foto das estrelas.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;">Elas eram um amontoado bonito. Pontinhos de luz infindáveis. As reticências do universo.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;">Pequenas, desafiavam o breu da noite com mil sorrisos brilhantes de comerciais extraterrestres da Colgate, seguindo-nos, companheiras e estáticas, por 63 km a fio.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;">Atrás da cortina esvoaçante, dos suspiros de cansaço abafados, do vento fustigante e barulhento fazendo pressão no ouvido esquerdo do motorista, acima da inconstante paisagem de vegetação arbórea que nos dava, a cada metro, acelerado "oi" e "adeus" mal-acabado, lá estavam as gentis estrelas. Mais altas, mais belas, mais misteriosas na sua realeza, mas mais humildes que as luzes artificiais das cidades dos homens.</span></div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">
</span><span style="background-color: white;"></span>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;">Pensei em quantas delas já teriam morrido. Luzes que não se apagam.</span></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">
</span><span style="background-color: white;"></span>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;">Eu queria ser feliz como uma estrela. Ser poesia como uma estrela. Fazer sonhar. Saber o caminho da Vida tal qual a Estrela do Oriente, sem jamais perder-me ou levar à perdição.</span></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">
</span><span style="background-color: white;"></span>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;">Mas, no enquadramento da câmera fotográfica, tudo era escuro no céu.</span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;">Captei, então, o visor da quilometragem, com sua contagem obsessiva e agressiva luz neon e incandescente e que me fez lembrar, de um jeito meio estranho, que elas ainda estavam lá. Olhei com os meus próprios olhos. Guardei-as no coração.</span></div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">
</span>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;">E agradeci a Deus por ainda poder apreciá-las pela manhã, quando o Sol, finalmente, voltará para o lado certo da Terra e o mundo terá a cor de outra inspiração poética. Sentindo. Sabendo.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: inherit; line-height: 16.0799999237061px;">Não há escuridão desde que fez-se a luz.</span></div>
<span style="background-color: white;">
</span>Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-89783484246600910922015-03-24T19:50:00.001-07:002015-03-25T03:24:01.563-07:00Esse dia<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Já não sei o que acontece. Vivo agora a necessitar de ti. Estamos tão longe e isso me deixa infeliz.<br />
Será que deveria ser assim?<br />
Não faz uma semana. Não faz sequer um dia. Mas sei que fará. E isso, desde já, me traz uma angustia sem explicação.<br />
Eu preciso ter a certeza de você 24h por dia, de que tudo é real, de que você está mesmo ali (na minha vida), mesmo pintando o muro na chuva, mesmo jogando futebol cheio de areia e suor, mesmo dormindo em outro cômodo e deixando seu cheirinho em um lençol inanimado que não te merece. Eu preciso. Acordar e saber: você está. Você é. E que eu posso segurar suas mãos para me sentir em segurança. Porque eu estou em suas mãos, mas não estou segura ainda. Tudo pode ser passageiro por agora, apesar da constância desses últimos tempos.<br />
Eu quero mais: quero realizar nossas lembranças inventadas. Quero lembrar <b>desse </b>nosso dia: os resquícios da maresia em nossos corpos, sentados aconchegados na rede azul-marinho do alpendre, quando sonhamos vermos chegar os nossos filhos e netos numa casinha nossa de praia e te dizer: Lembra <b>daquele </b>dia? Nós fizemos isso, meu amor. Você acredita? E você não precisaria pagar para ver. Eu não desataria a prometer ainda que estivesse a desconfiar, no meu íntimo, aquele tantinho só.<br />
Porque o meu coração, embora comumente tolo, sabe que "há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrê-lo".</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Mas isso não muda o fato de que nós o conhecemos, amor. E que esse mesmo coração deleita-se com a ideia, entusiasmado de sonhos.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Segure minha mão.<br />
Por favor, sigamos em frente.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
E, se precisarmos parar, que seja para apreciar a paisagem. Da vida em nossos olhos.</div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-2868635291204371282015-01-28T13:34:00.000-08:002015-01-28T13:34:22.732-08:00Passatempo<span style="background-color: white; text-align: justify;">Quando dei-me conta de como o futuro era distante, eu desisti de esperar por ele. Olhei para o que eu tinha, como olho agora o que tenho, e permiti-me fazer minhas escolhas de cada dia um dia após o outro, sem o fardo pesado do enésimo "hoje" que eu não vivia (e nem saberia viver - e se iria). Ao futuro, o seu tempo. Aqui e agora, ele estaria no seu devido lugar, assumindo a justa forma da sua não-existência, sem o tormento de seu fantasma para enevoar o meu instante eternamente único e efêmero de toda a vida.</span><span style="background-color: white;"></span><br />
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Abençoados monges medievais! Culpados pelos "Memento Mori" e "Carpe Diem" de uma existência prematura como a minha. Agora eu tenho 2000 anos. Não quero viver tudo o que há para viver, Lulu. Não quando eu posso pular alguns erros.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Sim, era um plano perfeito.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Mas olho agora o que tenho e já não sei nem do presente.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">E o que está em minhas mãos? Nada. É. Tão. Simples.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Tudo. Então. Complicado! E eis, senhores, a sentença que ecoa o meu viver desde o "cresça e apareça" da minha história.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Esquecer o futuro tirou-me um peso das costas. Mas é que, às vezes, me perco do sentido de viver pelo agora. Especialmente num momento de tomar decisões maiores que o instante. Eu, que não consigo escolher o sabor do sorvete direito e não tenho cor preferida nem de jujuba. Decisões maiores que eu. Não gostaria ter de olhar para o meu sorvete de bombom italiano e pensar "deveria ter escolhido floresta negra" de novo.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">E, no desenrolar desses pensamentos, voltei-me para o futuro, que a Deus pertence. E me veio a luz quando pensei: É muito provável que o presente também.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Respirei, aliviada, e acrescentei um adendo ao plano: DEIXÁ-LO pertencer a Ele.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">As pessoas não estavam sendo dramáticas quando falaram que ia ser difícil. Nem tão clichês quando acrescentaram: "Mas não é impossível".</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Agora que parece, você sabe: Não é impossível. É só que nada é tão simples quando o passatempo preferido da nossa espécie é complicar tudo.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Olho agora o que tenho e permito-me fazer minhas escolhas de cada dia um dia após o outro.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Que a fé em meu coração me guie. Apesar dos fardos pesados.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">E talvez não seja doce, como muitos esperam. Mas sei que será leve.</span></div>
</div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-15632117147350082742014-12-23T08:41:00.001-08:002014-12-23T08:48:04.964-08:00Há muito tempo eu não escrevo<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i>Escrito originalmente em 06 de outubro de 2014</i><br />
<br />
Há muito tempo eu não escrevo. Por que tudo está tão
morno mesmo aqui dentro do vulcão? Por onde anda minha sensibilidade, a ânsia
de expressar a amarga doçura de um momento qualquer da vida... o ser ou não ser
que tanto já me sacudiu? Eis a questão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Sinto que perdi a manha. Se é que eu já a tenha tido.
Talvez eu tenha me perdido... das palavras que embaralhei um dia. Mas ainda
pareço sentir a poesia da manhã. Qual manha! Quando os raios de sol me tocam a
pele, sinto-me grata por viver. Antes de começar a pensar na radiação
ultravioleta e se não seria uma boa hora de passar creme protetor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
É que o medo não vem primeiro... a razão não vem
primeiro... a letra “a” não vem primeiro do “Ah!” que me vem sem o comando dos
lábios, ultrapassando a possibilidade sufocante do mais ingênuo pensamento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Eu não me cansei de suspirar pela vida, eu não posso
dizer que já vi de tudo ainda. Sequer verei antes da catarata. E viverei sem
sequer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Mas não tendo algo suficiente que falar, expresso-me
calando a voz. Aprecio apenas, sem pedir explicações ao Criador ou tentar
colocar o “Céu na cabeça”*, porque tudo é sempre belo e inebriante e eu não
mudaria nada na perfeição milimétrica do universo.</div>
Há muito tempo eu não escrevo. Mas meu peito está cheio de ar, com a mesma
forma abstrata de gás que eu não vejo, mas balança os meus cabelos. E sigo
respirando a forma divertida de seus arabescos azuis, como os artistas de
aquarelas costumam pintar, porque eles só querem colocar a cabeça no Céu e
sorrir. E eu faço assim: Por que não?<br />
<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* Referência a "Ortodoxia", de G.K. Chesterton <3</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* Fiquei triste quando percebi que há mais de um ano eu não aparecia por aqui. 2014 me deixou sem espaço, mas fui eu quem permitiu isso. Em 2015, isso mudará. Não vou deixar mais acontecer.<br /><br />Feliz Natal a todos!<o:p></o:p></div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-950131578261513242013-12-17T23:02:00.000-08:002013-12-17T17:33:25.271-08:00O verbo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-TD0Nus1uCmBXeKe_OcRLDitR3J9IyK8ChathRkcJA1eF1W_XFkkzbYs2-YKJfnPytfSL3CLRv5NxjsyRyYTUpcIf3paseZih3oXL_VAUvZOcLHd78-H-WFG2kj4IGGleSQ3BKZLf9DA/s1600/800px-Lunar_Corona.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="307" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-TD0Nus1uCmBXeKe_OcRLDitR3J9IyK8ChathRkcJA1eF1W_XFkkzbYs2-YKJfnPytfSL3CLRv5NxjsyRyYTUpcIf3paseZih3oXL_VAUvZOcLHd78-H-WFG2kj4IGGleSQ3BKZLf9DA/s400/800px-Lunar_Corona.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<span style="text-align: justify;">Eu descobri que sou um verbo. Sou porque sou e tornei-me na medida em que tentava ser. Agora, sendo, sou ainda mais. É simples assim: se você for sincero consigo mesmo, será. Fará sentido. Essa coisa de ser... não é tão difícil quanto parece. É gramatical.</span><br />
<div style="text-align: justify;">
Em algum momento do ensino fundamental as pessoas aprendem que verbo indica ação, estado ou fenômeno meteorológico. Ora, ser é verbo. Logo, o ato de ser deveria significar uma dessas três coisas. E arrisco dizer que, sendo algo tão fundamental, bem poderia significar as três. Então, por que insistimos em ser sem que sejamos? Por que não, agir e estar, da forma que se quer ser? Por que não, chover, nevar, orvalhar? Arco-íris de si. Frente fria de pensamentos. Um ciclone extratropical de conflitos internos. A paz, Coroa Lunar. Trovejar. El Niño. La Niña. El Niño, La Niña. El-niño-la-niña. Los Niños juntinhos. Quando dois são um só.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que somos, nós que fazemos. E mais do que isso: O que somos, nós que somos. Se não se quer ser, já se está sendo. Para ser basta que se exista. Não é como uma opção. A opção é ser-o-que-se-é. </div>
<span style="text-align: justify;">Eu descobri que sou um verbo. E escolhi não apenas ser. Eu escolhi ser amor (que se é).</span><br />
<div style="text-align: justify;">
Eu escolhi ser: Amar.</div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-43680892065957697132013-11-22T12:32:00.000-08:002013-11-22T18:34:09.095-08:00Sobre pesca, recortes e louça suja<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Escrito em 01 de outubro de 2013, com inspiração genuína em rascunhos de caderno</i><br />
<br />
Às vezes, quando eu paro de
pensar nos problemas da vida, na minha vida e nos meus próprios problemas,
consigo ver o mundo. O mundo sem as expectativas do mundo todo, e do mundo que
me diz respeito: as que projetaram para mim antes mesmo de eu nascer, as que
adotei ao longo do caminho para correspondê-las e as que inventei, por conta
própria, ao sofrer as decepções de viver o que não tinha roteiro. Nessas horas, sinto como se não pertencesse a
nada – sequer a mim mesma. Mas, enquanto não sou capaz de captar a essência
última do que sou, sinto-me apta a vestir a indumentária habitual de
espectadora da vida. Pois o inefável, até que possa ser claramente definido,
não tem de tomar partido das coisas. De fato, nem ingresso paguei para estar
aqui. E ali, naquele momento, se fosse possível ser, à parte de tudo isso, eu
fui.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu queria ser capaz de dizer tudo
o que inunda a minha mente nesses instantes... muito provavelmente, embora só
em sentido alegórico, as ondas do mar do abismo – aonde lancei linha de pesca e
diante de onde finquei os pés, na esperança de sondar a poesia do universo
(ainda que fosse dia e não se visse estrelas).</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quantos olhares de interesse são
disfarçados num milésimo de segundo? Quantos sorrisos sem para quê são dados só
para que se dê um “quê” de felicidade à tristeza? O que há detrás de uma
lágrima? O que há detrás das cicatrizes marcadas na pele?... Das cicatrizes que
não deixam marca? De uma vida que se aproxima da morte a cada segundo? De uma
vida que nem nasceu e já morreu? Será... que sentir amor dói mais do que não
sentir?... O que eles sentem?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando eu vejo o mundo, vejo a
mim. E, do lado de<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3634610113813304454" name="_GoBack"></a> fora, pergunto-me onde estou dentro. Se sou a namorada apaixonada que abriu mão
dos seus sonhos para sonhar à dois, se sou a sonhadora que se refugia em sua
própria fantasia, se sou o refúgio de outro sonhador... se sou quem escreve
sentada em um banco distante com vista panorâmica da vida... se sou quem ignora
a vista, e lê a história. De qualquer forma, a tarefa parece um pouco como tentar
encaixar um recorte numa colagem de papel. Porém, e não é por falta de goma,
algo no final acaba não dando certo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Talvez minha dose de humanidade
seja grande demais para caber em um só parágrafo, e eu tenha mais do mundo do
que me parece, às vezes. Talvez todos tenham querido ser espectadores, em algum
momento, mas assistir só é verdadeiramente aprazível quando se veem ações
concretas. Talvez a gente não precise entender tudo, quando se vive e se é. E a
poesia do universo talvez seja peixe grande demais para caber em barco tão
finito.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No fim das contas, paguei meu
ingresso subindo no palco. Da mesma forma que, no restaurante da esquina, quando
não se tem dinheiro, paga-se lavando os pratos.</div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-77554433304442309232013-10-09T12:57:00.000-07:002014-08-05T12:27:49.871-07:00Coisas do meu coraçãoEu adoro quando você diz<br />
"Menina, faça isso não"<br />
Porque sabe sou só aprendiz<br />
Nessas coisas do meu coração<br />
<br />
Eu adoro quando você vem<br />
E começa a frase com meu bem<br />
Porque sabe não vou resistir<br />
Se você começar a sorrir<br />
<br />
E adoro te ter bem pertinho<br />
Pra te abastecer do meu carinho<br />
Pra tentar convencer a saudade<br />
Que amor às vezes é deixar ir<br />
<br />
Se você sempre volta<br />
E eu sempre estou aqui<br />
Se você "faz isso não"<br />
E eu faço isso sim<br />
Se você diz "meu bem"<br />
E eu começo também<br />
A sorrirSara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-77031603377700569242013-08-20T22:04:00.000-07:002013-08-20T18:15:00.196-07:00Um soneto "Oh, flor do céu! Oh, flor cândida e pura!"<br />
Como eu negaria ver tua beleza<br />
E, pela razão, chegar à loucura<br />
Se honro o pão que Deus me põe na mesa?<br />
<br />
Oh, flor do céu! Oh, flor bela e amarga!<br />
Tu que me revelas a luz divina<br />
Tanto guia-me, no estreito, a portas largas<br />
Faço a cruz meu petrecho de esgrima<br />
<br />
Mas fugisse à sina de te adotar<br />
Recuando um pouco mais a cada dia<br />
Sem risco de sangrar por tua navalha<br />
<br />
Seria como um bote à deriva em alto mar<br />
Brindando o orgulho vão que me diria:<br />
"Ganha-se a vida, perde-se a batalha!"<br />
<br />
Obs.: Aceitei o desafio do capítulo LV de Dom Casmurro e fiz isso daí. O que um trabalho de literatura não nos faz fazer, não é?<br />
À propósito, Machado para sempre! <3Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-53563430583972773922013-06-07T17:58:00.000-07:002015-02-13T06:48:41.304-08:00O Amor nos inventou<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background: white; line-height: 107%;">"A chave do mistério</span><span style="line-height: 107%;"><br />
</span></span></div>
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">Aponta para dentro"</span></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">Mas tudo é mistério</span></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit; line-height: 17.1200008392334px;">No mais íntimo de ti</span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">E eu, cá de fora</span></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">Não posso explicar</span></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">O amor que deverias sentir</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 107%;"><span style="background: white;"><br /></span></span>
</span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: inherit; line-height: 17.1200008392334px;">Não há nada mais belo </span></div>
<span style="background-color: white; font-family: inherit; line-height: 17.1200008392334px;">Reconhecerás este elo</span><br />
<div class="MsoNormal">
</div>
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">Assim que o não vir chegar</span></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">Se a loucura é perder a razão</span></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">O que se perde é o coração:</span></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">Não és insano por amar</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 107%;"><span style="background: white;"><br /></span></span>
</span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">Veja só, é um novo dia</span></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit; line-height: 107%;">Deixa essa covardia</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit; line-height: 107%;">De viver só por instinto</span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">Ainda procuro em seus olhos</span></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">A alma que implora a paz</span></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">Eternizada em guerra nesse labirinto.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 107%;"><span style="background: white;"><br /></span></span>
</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit; line-height: 17.1200008392334px;">Do que é que a gente é inventor?</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit; line-height: 107%;">O que é que a gente criou</span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">Que depois não destruiu?</span></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">O Amor nos inventou</span></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">E, apesar de tanta dor</span></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><span style="background: white; font-family: inherit;">Mesmo hoje, já sorriu</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 107%;"><span style="background: white;"><br /></span></span>
</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit; line-height: 17.1200008392334px;">Atualização: 2º lugar no 1º Concurso de Poesia Falada Estudantil (Estância/SE).</span><br />
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-73712915700352512812013-04-30T18:57:00.003-07:002013-05-07T10:27:19.656-07:00Uma tarde com você<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 18px; text-align: justify;">Quero uma tarde com você, para poder viver de perto o meu sonho, e não apenas sonhá-lo há quilômetros de distância.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 18px; text-align: justify;">Quero uma tarde com você para contar como passei os dias e os sinais do tempo e os que estão espalhados na sua pele. Até per</span><span class="text_exposed_show" style="color: #333333; display: inline; line-height: 18px; text-align: justify;">der as contas, num segundo de distração. Uma tarde para ouvir de novo de onde vieram tantas cicatrizes, pois cada uma delas mereceria um livro biográfico... Eu compraria.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 18px; text-align: justify;">Quero uma tarde com você para lembrar que aquele "negócio estranho" se chama saudade, e que a saudade tem motivo e a espera, graças a Deus!, recompensa. Para provar que não se deixar cativar para não sofrer é um péssimo plano.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 18px; text-align: justify;">Quero uma tarde com você para explorar cada mundo de um novo abraço com meu melhor espírito aventureiro, para esquecer toda desculpa que inventei para amenizar a culpa de repetir os mesmos erros e continuar a viver como se já não me tivessem mostrado como fazê-lo: você é uma oportunidade de amar.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 18px; text-align: justify;">Quero uma tarde com você: no inverno, para afastar o frio; nos dias quentes, para acomodarmos os dedões dos pés na areia macia da praia... porque as ondas do mar são como uma mãe que lava os pés de seus filhos travessos antes que eles entrem em casa. E nós não somos filhos teimosos.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 18px; text-align: justify;">Quero uma tarde com você, para contar as piadas sem graça que ensaiei e acabar por te fazer rir sem querer.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 18px; text-align: justify;">Uma tarde com mil pores-do-sol, todos por ocasião de um novo dia.</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; line-height: 18px;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Olha minha 100ª publicação aí, gente! :P</span></div>
</span>Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-15198831680199589712013-04-02T23:01:00.000-07:002015-08-19T20:05:54.933-07:00Última folha do cadernoVocê me aquece da ponta dos pés<br />
Até as artérias do meu coração<br />
Nós parecemos loucos, de outro tudo<br />
Tal a extravagância <span style="color: lime;"><b>neon</b></span><br />
Da paixão<br />
<br />
O seu abraço é tão carinhoso<br />
Quem me o dera fosse mais viscoso:<br />
Já não teria que arranjar desculpas <br />
Pr'essa vontade de não te soltar<br />
<br />
Vai bem, vou desenhando nosso céu tão terno<br />
Na última folha do caderno<br />
'Inda que eu não saiba desenhar<br />
<br />
E, bem, naquela tela de computador,<br />
Jazem as notas sobre o nosso amor<br />
E as digitais do seu, meu polegar<br />
<br />
Revejo as fotos:<br />
Não ouviram o "xis"<br />
Um beijo e sempre<br />
Tudo o mais condiz:<br />
Ainda o sinto à ponta do nariz<br />
<br />
E visto que à primeira vista<br />
Não o chamei de amor<br />
Seja-o agora aonde você for<br />
Mesmo onde a vista não<br />
ChegarSara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-34205564268186467552013-03-19T15:48:00.000-07:002013-03-19T11:56:03.817-07:00Corri para mim<div style="text-align: justify;">
Depois de tantas reviravoltas, não resisti: este é o lugar. O lugar de quê exatamente? Não sei. Às vezes um desabafo, às vezes algo que simplesmente não merece ficar guardado - já que o que fica guardado não é muito diferente de uma caixa esquecida no meio do porão: não serve para nada e ainda acumula poeira. Sei mesmo que é sempre um escrever para encontrar-se.<br />
Como se sentir preenchido? Esvazie-se. Funciona comigo.
Não que eu esteja cansado de mim - só quero dar alguns passos além de meus próprios pés. Quem sabe eu possa voar se esquecer, por um ou dois segundos, essas limitações que eu mesmo me imponho... Se até xícara tem asa, a catacrese também pode me dar uma "mãozinha". E aí a gente vê se, depois que passar a hora, eu ainda me perguntarei: Por que foi tão difícil falar isso antes. E se faltará, de novo, interrogação para tamanha verdade.<br />
Ter te deixado ir sem te chamar de volta foi como aceitar que você fosse... como abrir mão do tempo que te roubo, com justiça, nos fins de semana que chamo de nossos. Mas parei no corredor, sem saber aonde ir e se não teria sido coisa de momento ou para quem correr pr'o abraço: então, corri para mim. E acabei aqui.
Este é o lugar onde sou.<br />
E se a voz sair, eu digo em voz alta.
</div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-89935658642435407352013-03-08T15:49:00.000-08:002013-03-08T16:56:02.010-08:00Um poucoEm todo lugar<br />
Tem um pouco de você:<br />
No banco da praça<br />
Na porta de casa<br />
No meu coração<br />
Onde não posso ver<br />
<br />
Talvez quando isso passe<br />
Eu já nem queira mais falar<br />
O grito da saudade<br />
Vem para me lembrar<br />
O sussurro que chamam de amor<br />
<br />
Eu vejo a vida passando<br />
O mundo, um vulto na janela<br />
E tudo o que eu quero comigo<br />
Ficando mil metros atrás<br />
<br />
Eu preciso de um abraço<br />
Não esse, que não é abrigo<br />
Eu preciso de você<br />
Ou retrocedo uma vez mais<br />
<br />
Em todo lugar<br />
Tem um pouco de nós dois<br />
Nas palavras não ditas<br />
Que ficaram pra depois<br />
Na chuva que acabou<br />
Sem estrear sequer um beijo<br />
Na luz que deformou<br />
A silhueta de um desejo<br />
<br />
O que há de ti em mim<br />
É substrato<br />
E apesar de qualquer fato<br />
Em todo lugar é o que vejoSara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-71049391481143409002013-02-20T17:02:00.000-08:002013-02-20T12:19:52.984-08:00Algo a mais<div style="text-align: justify;">
Eu nasci com algo dentro de mim. Algo que muitas vezes não sei bem o que é, apesar de arder em meu peito, mas que, na maioria das outras, quando a necessidade de um significado atormenta-me a mente, é fácil sintetizar como uma vontade incessante de buscar algo a mais. É importante frisar minhas palavras para que, porventura, eu não venha a ser mal entendida mais tarde (afinal, mal entendidos são uma grande infelicidade): estar em busca de algo a mais não é desprezar o que já tenho e o que já sou, é, pelo contrário, tê-los em tão alta consideração que seria quase como um desmérito estar satisfeita com tão pouco, com tudo o que ainda há para ser e ter. Como já falei, eu não busco algo mais, busco quase o oposto disso: algo a mais. Não para estar um passo à frente de mim mesma, mas para dar um passo adiante - e neste caso, eu estaria assumindo, ainda, tudo o que vivi.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu nasci com a pressa de percorrer o mundo só para chegar em casa no final. E então eu tiraria os sapatos e massagearia os pés dormentes, enquanto a sensação valiosa de estar onde sempre quis tomaria, nos meus lábios, a forma irreparável de um sorriso. Faz algum tempo desde que tomei a decisão de ir em frente com isso, porque eu me conheço o suficiente para saber que não vou descansar até chegar ao ponto em que terei de admitir não podê-lo ultrapassar, porque eu sei que enquanto houver caminho a meu alcance, sempre caberá algo a mais na bagagem. E porque eu jamais recusei algo que viesse a me somar. A menos que fosse comida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Afinal, por mais que procure-se-a, e isso é absolutamente necessário, já sinto admitir em meu coração: satisfação, neste mundo, é ter a barriga cheia - e um lembrete de paciência colado no umbigo.</div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-50592540205893507542013-01-21T09:04:00.000-08:002013-01-22T13:35:01.999-08:00Do que é insondável<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Levantou-se para escrever o que
tanto lhe afligia a alma mas, ao sentar a ponta da caneta na folha em branco e
inclinar corpo e mente na direção das palavras que viriam a seguir,
descobriu-se inútil em desvendar o que já sentia de cor - no sentido mais
literal da expressão. Na verdade, ela já havia conseguido lidar muito bem com o
fato de não poder entender o amor e o universo e a síntese de proteínas mas
tornar-se a si mesma um ponto de interrogação era muito mais do que podia
suportar. Não compreender o que sentia parecia-lhe o mesmo que não saber quem
era. A impressão que se tinha era de estar caindo no abismo de sua própria
escuridão, da mesma maneira que Alice, tão imprevisivelmente, caíra numa toca
de coelho. Mas havia um paradoxo misterioso naquela queda interminável: ao
passo que penetrava mais profundamente, sentia-se cada vez mais longe do que
queria se tornar, sob o peso esmagador dos medos e inseguranças, e também cada
vez mais perto da liberdade que era fincar os pés no chão, porque apesar do
tombo que a esperava e embora pudesse permanecer no mesmo lugar – e isso, em
si, já é uma escolha -, poder-se-ia também ir para onde for, eventualmente com as
próprias pernas. Tentava ela, principalmente sem sucesso, parecer indiferente a
tudo isso, sem saber ao certo se a culpa era sua ou do mundo, sem saber a quem
devia as respostas que andou procurando e de onde surgiram tantas cobranças sem
razão aparente, mas sabendo que, fosse quem fosse, tratava-se de uma
retaliação.</div>
<span style="text-align: justify;">De qualquer forma, agradou-lhe
lembrar que todas as vezes em que sonhou estar caindo, acordou na cama.</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; line-height: 18px;"></span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; line-height: 18px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: inherit; font-size: x-small; line-height: 18px;">* Oi, gente! Nunca é tarde para desejar um feliz ano novo, não é?... então, FELIZ ano novo! Continuem comigo.</span></div>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; line-height: 18px;">
</span>Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-48504413253504291162012-12-22T22:41:00.000-08:002013-03-08T11:03:05.612-08:00Debaixo do chuveiro<span style="font-size: x-small;">Originalmente escrito em 26 de julho de 2009 </span><br />
<br />
Debaixo do chuveiro, ela canta<br />
No ritmo da música, os passos de dança<br />
Um verdadeiro espetáculo:<br />
Holofotes, aplausos e gritaria<br />
Do lado de cá, os pais também gritam<br />
Mas só que de agonia<br />
A visita pensa sequer pensar<br />
Em voltar aqui<br />
E, debaixo do chuveiro,<br />
A menina sorri<br />
Até que o xampu escorrega<br />
Fazendo arder o brilho no olhar<br />
E a menina, depressa demais,<br />
Os olhos se põe a lavar<br />
Abundantemente, assim como o rótulo diz<br />
O show acabou? Como assim? <br />
Voltem amanhã! Deixem de euforia!<br />
Pois essa menina tem, afinal<br />
Para ser feliz, todo dia.Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-78535073470732992522012-12-21T01:40:00.000-08:002015-08-19T19:44:25.833-07:00Areias da madrugada<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 18px;"><span style="font-size: x-small;">Originalmente escrito em 17 de outubro de 2010</span></span></span></div>
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"><br /></span>
<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">As ondas banhavam o meu corpo, no vai e vem improvável do
raso do mar, siris dançantes brincavam ao meu redor. Meu cheiro de peixe fresco
em redes de pescador impregnava o ar puro do dia.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">A aurora já vinha surgindo e eu sabia que agora
faltava pouco, ele logo estaria lá, brilhando de novo. Ainda que o mundo
continue desmoronando.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Dessa vez, eu estava otimista, nunca havia
tentado numa segunda-feira, afinal. Dessa vez, tinha que dar tempo. Esperei,
ansiosa por um milagre.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Os fios de meu cabelo pingavam água salgada, as
gotas que atingiam meu rosto fazendo o mesmo percurso das lágrimas. Chorar deve
ser assim, pensei.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Dei uma olhada furtiva para trás, quando os
murmúrios ao longe me fizeram estreitar os olhos. Já ficando perto.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: inherit;">Havia um segredo a ser guardado. Mergulhei de volta para
casa.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Minha cauda verde-esmeralda emergiu segundos
depois, deixando uma criança, que viera correndo na frente dos pais, de olhos
arregalados e completamente boquiaberta, com os pézinhos fincados na areia
macia.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Seu maior sonho, diria ela mais tarde.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Mas sereias não existem, retrucariam.</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-34788749207332963892012-11-12T00:21:00.000-08:002015-01-30T13:03:38.340-08:00Protótipo<br />
<div style="text-align: justify;">
Certo dia, conheci um lugar novo, onde muitas pessoas se faziam presentes. Ao observá-las por tempo indefinido, pude perceber que estavam essas pessoas claramente divididas em dois grupos. O primeiro grupo dizia respeito àquelas que pareciam encontrar velhos amigos - pois abraçavam-se uns aos outros com força suficiente para esmagar qualquer saudade - e àquelas que caminhavam com passos determinados em direção ao que sabiam bem, como se pudessem seguir em frente mesmo de olhos fechados, e ainda às pessoas que pareciam ter chegado aonde queriam, essas, especialmente, perambulavam de um lado a outro, parecendo ocupadas demais no momento, entretanto carregavam consigo um ar de tranquilidade, cujos vincos na testa, por muitos que fossem, não faziam alusão à preocupações triviais. No segundo grupo, estavam aquelas que pareciam tão deslocadas quanto eu. Os olhares dispensados a nós nunca ultrapassavam dois segundos, acredito que, se realmente nos notaram, então, preferiram não se importar. Naquela ocasião, eu não estava sozinha, mas experimente adentrar uma floresta em que você nunca esteve acompanhado de alguém com mesmíssimo grau de experiência e verá que a companhia não será consolo suficiente.</div>
<div style="text-align: justify;">
As respostas que nos deram, na maioria das vezes, nos fez mais confusos que antes e as poucas que serviram de algo somente esclarecem dúvidas imediatas - nada que pudesse nos nortear. Ficamos esperando uma recepção que nunca veio, ao invés disso nos deram um mapa minúsculo e um pirulito que adoçou a vida enquanto durou a primeira e única mordida que o transformara num mero palito. As coisas essenciais, fomos, por conta própria, aprendendo - com a mesma voracidade com que feras famintas devoram sua presa -, até adquirirmos a qualidade de predadores. As pessoas eu não as culpo de terem, por bem ou mal, conseguido se encontrar e esquecido por completo a sensação de estar em busca, de si mesmo, de uma direção a que seguir, de respostas que alcancem o cerne do questionamento... </div>
<div style="text-align: justify;">
Devo confessar que até hoje não sei o que faço aqui. Tudo bem, eu já consigo discernir cada banheiro e corredor e agora sei o meu horário de aulas de cor. Mas ainda ontem encontramos uma saleta com teto rebaixado no segundo andar da sala de troféus que jamais, em todo esse tempo, imaginamos existir. Em suma, o fim do ano letivo não fará com que eu deixe de me sentir uma eterna caloura. E, cada vez, eu tenho mais certeza de que a escola é um protótipo da vida. </div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-58557175779955875042012-11-03T20:52:00.000-07:002012-11-03T17:54:31.756-07:00Acordar para o dia<div style="text-align: justify;">
O dia amanhã começa cedo, o escuro logo passa e dá espaço ao brilho aquecedor das manhãs, que nem mesmo a brisa gelada, velho sopro do litoral, consegue extinguir. Das janelas do carro, as árvores transformando-se em um borrão multicor, mais verde que todas as cores. E as nuvens com seus nomes cujos quais nunca recordo, de formatos os mais diversos, enfeitando o céu azul-turquesa por tempo interminável até sumirem no instante em que menos se espera - assim como aqueles sentimentos que ora são tudo o que é possível pensar e sentir (e pensar em sentir) e de repente perdem o significado, já além do campo de visão. </div>
<div style="text-align: justify;">
Às vezes, a nimbus-sei-lá-das-quantas chove. Às vezes, quando chove, volta logo a fazer sol. Mormaço. Clima sem previsão. Aprendi a levar um guarda-chuva na bolsa, por via das dúvidas. A coisa até que é uma boa sombrinha quando a gente sabe fazer o melhor com o que se tem em mãos. Quando nós mesmos somos o melhor que conseguimos. Uma série de adornos imprevisíveis ao longo dos anos, um jeitinho ali, outro aqui, e voilà.<br />
E o tempo escasseando a cada quilômetro percorrido, paradoxando a sabedoria que ele mesmo traz enquanto anda rumo ao perecer. Deixa pra lá, ele diz. Eu deixo. Não há mais o que se fazer.</div>
<div style="text-align: justify;">
O dia amanhã começa cedo, sonolento, silencioso. Bom. Como sempre foi dito, como sempre é, bastando que acordemos mais uma vez. Enfim, decidi vivê-lo, integralmente, de forma atemporal.<br />
Abrir os olhos. Acordar para o dia.<br />
Mais tarde, só mais uns cinco minutinhos, e a gente acorda para a vida.</div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-24890035433539811802012-09-09T15:08:00.000-07:002012-09-09T11:09:05.740-07:00Você aquiCom você aqui<br />
É fácil sentir<br />
É fácil acreditar<br />
Em qualquer sonho de nós dois<br />
<br />
Com você aqui<br />
O mal que há em mim<br />
Tudo o que for ruim<br />
Precisa marcar hora pra depois<br />
<br />
Com você aqui<br />
Eu posso repartir<br />
Eu faço triplicar<br />
O amor de cada dia<br />
<br />
Com você aqui<br />
Qualquer beijo e abraço<br />
Qualquer peça de teatro<br />
É uma dose de alegria<br />
<br />
Com você aqui<br />
Tá tudo certo no meu coração<br />
No nosso jardim<br />
Ainda brincamos de inventar constelação<br />
<br />
Com você aqui<br />
Sou mais eu do que sozinha<br />
Meus segredos para que os conheça<br />
Nem preciso revelar<br />
<br />
Você é pra mim<br />
Mesmo não estando aqui<br />
Mais um bom motivo<br />
Para estarSara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-977708301439815822012-09-03T17:23:00.000-07:002012-09-03T13:25:21.154-07:00Vida a te esperar<span style="background-color: white; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">Mal perdi o efeito grogue que o sono provoca e já penso em você... de repente, a imagem de seu sorriso singular alastra-se em minha mente feito um calmante, uma luz no início do túnel, feito cena do meu filme favorito, tão digna de “replay”</span><span style="background-color: white; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">.</span><br />
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">
<div style="text-align: justify;">
Sabe, a rotina que não compartilhamos tem sido difícil mas, lembrar de você a cada segundo com prioridade me faz questionar a medida da distância que nos separa... se ela, de fato, só por ser capaz de afastar os corpos, já é tão tal a ponto de limitar o amor - o que eu, convictamente, creio que não.</div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto houver esses momentos cujos quais eu gostaria de poder vivê-los desfrutando da sua presença, raramente outra coisa seria mais apreciada do que aqueles em que o desejo de outrora é a realidade valendo a pena.</div>
<div style="text-align: justify;">
E, quando você chegar com o mesmo sorriso singular que me acalma – e, nesse instante, terá o efeito contrário – e pronunciar meu nome com o olhar, irei rumo ao abraço, na pressa de quem já não aguenta fingir paciência. Rirei do seu novo corte de cabelo. Exibirei meus modos desajeitados de sempre. Te ensinarei, mais uma vez, o caminho até a sala de estar. E ficarei contente de poder ouvir sobre os momentos que eu perdi e sobre o quanto você queria que eu tivesse estado lá da mesma maneira que eu mesma queria você aqui... como se fizesse diferença, desde que estivéssemos juntos.</div>
<div style="text-align: justify;">
A rotina, enfim, seria recompensada. A expectativa do reencontro, superada. E, o nosso amor expresso, impresso na foto que, mais tarde, dispensaria legendas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pois todo o tempo que vivi, estava a te esperar. </div>
</div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-73927479701488426242012-08-27T00:42:00.000-07:002012-11-03T18:01:20.720-07:00Flecha ao alvo<div style="text-align: justify;">
Eu te vejo e não há questão de tempo até que um sorriso desenhe-se em meu rosto. Um sorriso meio tímido, de quem acaba de sentir uma lufada de vento frio redopiar no oco do estômago; mas sincero, de quem igualmente começa a sentir o peito palpitando de alegria. Simples. Eficaz. Apenas você e os efeitos colaterais que provoca. E a minha única teoria é que sou alvo fácil de um cupido possuidor de uma aljava com número incomensurável de flechas, atento ao menor vislumbre do mais frívolo fio de cabelo seu, o que garante que eu me apaixone de novo e sempre e incontáveis vezes, a cada vez que o vejo. Líquido e certo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo isso me faz acreditar que ser alvo não é o mesmo que ser vítima. Pelo menos, não quando ser atingido significa passar a ter uma vida repleta de amor ou quando, mais letal que todas as flechas, é o olhar que enfeitiça, as mãos que se entrelaçam, o coração palpável batendo em ritmo de samba-canção à milímetros do ouvido, a proteção dos braços que abraçam...<br />
E, de qualquer forma, a primeira flechada foi tão certeira que me trouxe você. Talvez, tão certeira que também tenha te acertado. Deixa, que nós convivemos com essa dúvida perfeitamente bem.<br />
Eles não entendem mas, às vezes, o cupido sabe o que faz.<br />
<br /></div>
Sara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3634610113813304454.post-68407113089260611132012-08-18T00:08:00.000-07:002012-08-18T08:09:39.216-07:00SaídaÀs vezes eu me sinto só<br />
Quando você não está<br />
E quando mais o mundo gira<br />
Sem você, parece não girar<br />
<br />
Às vezes as palavras<br />
Não dizem tudo o que há<br />
E minha voz atropelada<br />
Não soa como uma certeza<br />
<br />
Às vezes onde estou<br />
Não parece o melhor lugar<br />
Mas quando me dá a mão<br />
Eu deixo que você me leve<br />
<br />
Às vezes a vida<br />
Parece loucura demais<br />
Mas a minha saída<br />
É amar você como nunca fui capazSara Moraishttp://www.blogger.com/profile/17388806558583830219noreply@blogger.com1