Rotinando

E então seus lábios estavam a dois centímetros de distância. O despertador toca, abro os olhos devagar, ainda dormindo. Dez minutos para as seis da manhã. Rolo na cama, encolho debaixo do edredom, passam-se cinco minutos. Espreguiço-me, estico o corpo e bato a cabeça no beliche. Carranca e resmungo. Mais cinco minutos se vão. Seis, em ponto. Levanto-me, meio tonta... culpa do sono... ou da topada com a cama. Rastejo até a cozinha. O café da manhã está pronto. Valeu, mãe. Mordisco uma torrada para "enganar a fome" e como é que falam mesmo? Ah, "partiu banho". Nhá. Água quente, uma fresta deixa a brisa fria escapar para o banheiro enevoado. Minha sauna. Nesta hora os problemas viram vapor, perfeita ebulição. O sono dá adeus, deixando recado de que voltaria logo à noitinha. Desligo o chuveiro. Tudo descendo pelo ralo... frio, brrrr! Toalha! Saio com os joelhos tremendo, o uniforme no quarto. Devidamente vestida, retorno à cozinha, e, aplacando de vez a fome noto que já são seis e quarenta e oito. Pegando a mochila, dinheiro para o lanche, confere os horários, celular no modo vibratório (para casos de urgência, vai), corre. Tchau pra quem fica, já vou indo. Destino: colégio.
Ando ansiosa pensando neste primeiro dia de aula e em como tudo é bom e tem cheiro de novo nas primeiras semanas. Dá até gosto e menos raiva quando quebra a ponta do lápis. Mas, só nas primeiras semanas.

Depois é foda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário