Das cores do mundo

No escuro tudo é complicado, quando a noite chega o coração aperta ainda mais. Alonga-se a distância. Aquele interruptor nunca vai estar no mesmo lugar do primeiro toque na parede, e tatear às vezes parece tão inútil quando não se sabe para onde seguir. Guardar velas na gaveta mais próxima é sim forma de prevenir, apesar de que nem toda a iluminação do mundo possa substituir a penumbra aqui dentro. E assim acaba-se a história: A questão nunca foi a luz ambiente. Quando a dor aparece, o mundo é de uma só cor. Falo disso porque lembro-me bem daquele pôr de sol perfeito que parecia tão triste. Porque, na verdade, não era ele que estava. Mas passa, agora a gente sabe que tudo passa - sem que exista o eterno enquanto dure, pois então, não haveria duração. Das coisas ruins só se tira as lições, o resto é pra esquecer: pegar a pá e enterrar.
Ainda assim, o pôr do sol fica.
Talvez mais brilhante, mais bonito, mais perfeito. Basta aguardar a próxima vez, com um sentimento mais sorridente de preferência. Quando se está feliz o mundo também é só de uma cor, daquela que se quer enxergar.