Uma tarde com você

Quero uma tarde com você, para poder viver de perto o meu sonho, e não apenas sonhá-lo há quilômetros de distância.
Quero uma tarde com você para contar como passei os dias e os sinais do tempo e os que estão espalhados na sua pele. Até perder as contas, num segundo de distração. Uma tarde para ouvir de novo de onde vieram tantas cicatrizes, pois cada uma delas mereceria um livro biográfico... Eu compraria.
Quero uma tarde com você para lembrar que aquele "negócio estranho" se chama saudade, e que a saudade tem motivo e a espera, graças a Deus!, recompensa. Para provar que não se deixar cativar para não sofrer é um péssimo plano.
Quero uma tarde com você para explorar cada mundo de um novo abraço com meu melhor espírito aventureiro, para esquecer toda desculpa que inventei para amenizar a culpa de repetir os mesmos erros e continuar a viver como se já não me tivessem mostrado como fazê-lo: você é uma oportunidade de amar.
Quero uma tarde com você: no inverno, para afastar o frio; nos dias quentes, para acomodarmos os dedões dos pés na areia macia da praia... porque as ondas do mar são como uma mãe que lava os pés de seus filhos travessos antes que eles entrem em casa. E nós não somos filhos teimosos.
Quero uma tarde com você, para contar as piadas sem graça que ensaiei e acabar por te fazer rir sem querer.
Uma tarde com mil pores-do-sol, todos por ocasião de um novo dia.

Olha minha 100ª publicação aí, gente! :P

Última folha do caderno

Você me aquece da ponta dos pés
Até as artérias do meu coração
Nós parecemos loucos, de outro tudo
Tal a extravagância neon
Da paixão

O seu abraço é tão carinhoso
Quem me o dera fosse mais viscoso:
Já não teria que arranjar desculpas
Pr'essa vontade de não te soltar

Vai bem, vou desenhando nosso céu tão terno
Na última folha do caderno
'Inda que eu não saiba desenhar

E, bem, naquela tela de computador,
Jazem as notas sobre o nosso amor
E as digitais do seu, meu polegar

Revejo as fotos:
Não ouviram o "xis"
Um beijo e sempre
Tudo o mais condiz:
Ainda o sinto à ponta do nariz

E visto que à primeira vista
Não o chamei de amor
Seja-o agora aonde você for
Mesmo onde a vista não
Chegar