O verbo


Eu descobri que sou um verbo. Sou porque sou e tornei-me na medida em que tentava ser. Agora, sendo, sou ainda mais. É simples assim: se você for sincero consigo mesmo, será. Fará sentido. Essa coisa de ser... não é tão difícil quanto parece. É gramatical.
Em algum momento do ensino fundamental as pessoas aprendem que verbo indica ação, estado ou fenômeno meteorológico. Ora, ser é verbo. Logo, o ato de ser deveria significar uma dessas três coisas. E arrisco dizer que, sendo algo tão fundamental, bem poderia significar as três. Então, por que insistimos em ser sem que sejamos? Por que não, agir e estar, da forma que se quer ser? Por que não, chover, nevar, orvalhar? Arco-íris de si. Frente fria de pensamentos. Um ciclone extratropical de conflitos internos. A paz, Coroa Lunar. Trovejar. El Niño. La Niña. El Niño, La Niña. El-niño-la-niña. Los Niños juntinhos. Quando dois são um só.
O que somos, nós que fazemos. E mais do que isso: O que somos, nós que somos. Se não se quer ser, já se está sendo. Para ser basta que se exista. Não é como uma opção. A opção é ser-o-que-se-é.  
Eu descobri que sou um verbo. E escolhi não apenas ser. Eu escolhi ser amor (que se é).
Eu escolhi ser: Amar.

2 comentários:

  1. Muito bom, viajei legal, gostei bastante!

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  2. Sim, precisamos ser para nos convencer de nós mesmos, de nossa existência. Existir não é o bastante. É necessária saber o que somos, quem somos e se somos algo.
    Abraços.

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