Permanentemente bagunçado

Às vezes eu tenho muita coisa sobre o que falar, mas não sai, não sai. Talvez eu não seja boa o bastante para expressar tudo isso em palavras, talvez elas cheguem com um tempo e depois, talvez já não façam mais sentido. Eu tento organizar os destroços, abrandar o tumulto, conhecer o meu querer e não adianta, eu quero mil coisas e quero nada. Ora só uma boa noite de sono depois de um dia cansativo, ora uma madrugada agitada numa balada improvisada no quarto. Ora carinho, ora distância de tudo que remeta ao amor. Não me entendam mal, isso acontece com outras coisas bem mais importantes, só que é mais difícil ainda traduzi-las. Quanto maior o problema mais fôlego a gente precisa ter para lidar com ele, assim como um bebê gordinho precisa de mais comida e um gorila de muito mais pencas de banana do que todas que um mico pudesse comer em um mês.
Na verdade, eu preciso de permanência. Basta de sentimentos passageiros que vão embora sem que eu nem me dê conta, preciso do que mede a diferença entre alegria e felicidade: a alegria não é suficiente para suportar muita coisa. Alegria é algo que acaba rápido demais. Estou nesse dilema há mais tempo que o esperado, gostaria de saber o que fazer, e se eu soubesse, acredite, faria de uma vez por todas. Esse estou-afim-e-agora-não-estou-mais torna impossível tomar qualquer decisão e "nós" vamos empurrando com a barriga até chegar o dia em que, sei lá, em que eu possa descansar e afagá-la dizendo "bom trabalho!", até a hora H das decisões e dos indecisos. Onde ninguém poderia simplesmente passar ileso sem falar sobre o que pretende da vida e de todo o resto de descrições necessárias a um perfil decente.
E isso abrange uma miríade de coisas, como eufemismo para tudo. 

Um comentário:

  1. as vezes eu também quero tudo, há horas que não quero nada.

    difícil! mas a gente chega lá!

    beijos!

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