Última folha do caderno

Você me aquece da ponta dos pés
Até as artérias do meu coração
Nós parecemos loucos, de outro tudo
Tal a extravagância neon
Da paixão

O seu abraço é tão carinhoso
Quem me o dera fosse mais viscoso:
Já não teria que arranjar desculpas
Pr'essa vontade de não te soltar

Vai bem, vou desenhando nosso céu tão terno
Na última folha do caderno
'Inda que eu não saiba desenhar

E, bem, naquela tela de computador,
Jazem as notas sobre o nosso amor
E as digitais do seu, meu polegar

Revejo as fotos:
Não ouviram o "xis"
Um beijo e sempre
Tudo o mais condiz:
Ainda o sinto à ponta do nariz

E visto que à primeira vista
Não o chamei de amor
Seja-o agora aonde você for
Mesmo onde a vista não
Chegar

Um comentário:

  1. Um poema muito sincero. Essa coisa de rabiscar sentimentos na última folha do caderno revela uma cadência adolescente, típica e saudosa.
    Abraços.

    ResponderExcluir